Descrição
Venerado por muitos brasileiros, especialmente no Nordeste, Padre Cícero é chamado pelos devotos de Padim Ciço. Nascido no município cearense do Crato, em 1844, Cícero Romão Batista fez voto de castidade aos 12 anos e ordenou-se sacerdote em 1870. Em 1872, foi morar em Juazeiro do Norte, também no Ceará, onde fez intenso trabalho pastoral, com pregação, conselhos e visitas domiciliares. Após a emancipação de Juazeiro, foi o primeiro prefeito da cidade, tendo intensa atuação política até o fim da década de 1920.
Em 1889, durante uma comunhão, uma hóstia consagrada por Padre Cícero sangrou na boca da beata Maria de Araújo, fato que o povo considerou um milagre e transformou Juazeiro em lugar de peregrinação. Acusado de heresia e mistificação, Cícero foi punido com a suspensão de ordem, em 1894, ficando proibido de exercer as funções de sacerdote. O perdão da Igreja Católica viria em 2015, após a abertura de um processo no Vaticano.
Mesmo proibido de celebrar missas, Padre Cícero nunca deixou de fazê-lo. Apesar de perder a força política, seu prestígio como santo milagreiro só aumentou com o passar do tempo. Um dos devotos mais famosos do Padim Ciço foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Morto aos 90 anos, em 20 de julho de 1934, Cícero deixou em testamento um pedido que é atendido até hoje: todos os meses, no dia de sua morte, é rezada uma missa por sua alma na capela de N. S. do Perpétuo Socorro, em Juazeiro do Norte, onde ele foi enterrado. O costume espalhou-se por outras igrejas do Nordeste. A estátua de Padre Cícero na Colina do Horto, também em Juazeiro do Norte, é um dos pontos mais visitados da cidade.
No Rio, a estátua de Padre Cícero, feita em argamassa, foi instalada no Campo de São Cristóvão em 2009. A peça foi doada à Prefeitura pela Rádio Tamoio, em homenagem à comunidade nordestina que mora em terras cariocas.
Localização